Fornos

Estamos em frente a um forno dedicado à calcinação de pedras de aljez. Estes fornos artesanais, muito semelhantes aos fornos de cal, também conhecidos por fornos mouros ou árabes, situados junto às pedreiras ou no local, eram, em geralmente, uma construção cilíndrica simples em alvenaria de pedra, com altura variável e abertura de acesso na frente que foi carregada com pedras de gesso para formar uma cúpula falsa. A queima das rochas de gesso sedimentar durou pelo menos 24 horas com um fornecimento contínuo de fogo, variando de acordo com as condições atmosféricas, tipo de pedra etc. Em geral, a queima era bastante desigual, com as pedras superiores sendo pouco queimadas e as inferiores excessivamente queimadas.

O gesso obtido por este processo era, portanto, muito heterogêneo, com alto teor de anidrita e impurezas, dependendo do depósito, o que o conferia propriedades e desempenhos muito diferentes dos atuais gesso industrial. Além disso, após a simples moagem e peneiramento, que muitas vezes era realizada em prédios anexos ou próximos aos fornos e, portanto, aos depósitos, o gesso em pó podia ser utilizado imediatamente, concluindo assim o processo de produção.

Este processo de produção artesanal sofreu uma reviravolta a partir do século XVIII, devido aos avanços científicos e ao processo de industrialização dos materiais, mas apesar disso, na maioria das zonas rurais da Espanha, os fornos tradicionais continuaram a ser utilizados e os dois tipos de gesso continuaram coexistindo por um longo período de tempo. Contudo, a produção artesanal de gesso não conseguiu lidar com o abandono progressivo das zonas rurais e à ruptura geracional nos ofícios tradicionais que levaram ao encerramento da maioria das pedreiras locais de gesso e da indústria tradicional associada, o que significou que o gesso tradicional, juntamente com sua indústria, todas as construções ligadas à sua extração, transformação e produção artesanal e as técnicas de construção a ela associadas caíram no esquecimento total.